É galerinha, me formei em Engenharia Cartográfica e de Agrimensura agora estou oficialmente nas estatísticas do governo, aquela lá de 12 milhões...
Não estou aqui para falar dessas coisas e sim porque a formatura é algo mágico embora eu não tenha tido baile de formatura e sim uma colação de grau, o que não diminui em nada o brilho e a mágica da parada.
Durante esses cinco anos da graduação, aprendi muita coisa, algumas com facilidade outras com muita dificuldade, lembro no dia da minha defesa de TCC eu sentado esperando o resultado, totalmente desligado do universo e relembrando a minha infância, as escolas que estudei e o esforço que fiz para me formar nessa graduação, tanto é que nem comemorei a nota de tão desconectado desse universo eu estava.
Por isso resolvi fazer essa postagem relembrando a minha vida acadêmica do inicio até a minha graduação no ensino superior.
Minha vida acadêmica começou não sei se em 1991 ou 1992, só lembro que me colocaram numa escola chamada Educandário São Francisco, chegando lá aquele monte de criança remelenta chorando mais que tudo, eu como de praxe creio que seja minha natureza sempre fui tímido e calado e fiquei observando aquela monte de muleque catarrento chorando e chorando, até que meu pai que era professor dessa escola na época apareceu na porta, aí meu emocional foi destruído e chorei também, resumindo, só fui uma vez para a escola e resolveram que era muito cedo para que eu começasse a estudar.
Já em 1993 eu com meus 5 anos, me colocaram em uma creche da prefeitura chamada Bernard Van Leer no turno da manhã.
Não satisfeitos, nessa mesma época, meus pais me colocaram no Educandário São Francisco, no turno da tarde, fazendo a alfabetização.
Hoje em dia foi só essa fachada que sobrou desta escola.
O que falar de estudar de manhã numa creche e a tarde em uma outra escola? HORRÍVEL!! Primeiro porque eu só chegava em casa de tardezinha e só pegava o final dos Cavaleiros do Zodíaco na TV Manchete era muito cansativo e bem incomum para a época uma criança de cinco anos passar dia na escola, embora eu fosse em casa almoçar entre uma e outra. E no ESF aprendi o que é uma professora não gostar do aluno.
Não lembro muito bem, mas, nessa época utilizei o único artificio que uma criança pode fazer quando está saturada de algo: chorei, chorei muito, fiz escândalo. Então no meio do escândalo do percusso de minha casa até a creche disse então uma celebre frase que ainda hoje é lembrada por minha professora da creche e que passava aqui para me levar: Eu vou me desmatricular desta escola. Para ela era uma frase muito bem colocada para uma criança de apenas cinco anos.
Assim, meus pais resolveram me tirar da creche então fiquei apenas no Educandário São Francisco.
No ano de 1994, eu já com 6 anos, e com uma BMX da Monark, continuei no Educandário São Francisco, lembro-me bem eu indo de bike para a escola, eu não tinha mochila, tinha uma pasta surrada, amarrava a mesma no guidão da bicicleta com umas tiras de borracha e partia sozinho para o colégio. Hoje eu penso: caramba eu tinha apenas 6 anos e meus pais deixavam, e a escola não era perto.
Mesmo assim, estudei no Educandário São Francisco até a metade do ano de 1995, pois me tiraram de lá e me colocaram na Unidade Escolar Francisco César de Araújo.
No Francisco César Araújo eu descobri que a comida servida em escolas são horríveis, isso vale até no ensino superior (RU)...
Também iniciei meu cartel no mundo das brigas no colégio, no Francisco César eu saí com um cartel 1-0-0 (Win-Lose-Draw).
Já não ia de bike para a escola, ia era de pé mesmo, pois minha mãe era professora lá e íamos juntos, só que a diferença da distância para o Educandário São Francisco era enorme, muito longe mesmo daqui de casa.
Não me lembro de quase ninguém de lá, nem o nome da professora, coisa que lembro do restante das escolas que estudei, deve ter sido pelo fato do pouco tempo que passei por lá.
Saindo do Francisco Cesár em 1996 comecei a estudar na Escolinha Mundo Infantil ★ ☆
Tudo muito colorido, tudo muito politicamente correto.
Mas, só fiz a 3ª série do ensino fundamental (hoje o que seria o 4º ano) e então me despedi da vida de escolas particulares.
Hoje em dia o local desta escola é uma casa normal, a escolinha fechou tem uns 10 anos ou mais.
Embora muito pouco, esses três anos e meio (alfabetização, 1ª, 1/2 da 2ª e 3ª série) que estudei em escolas particulares, não me permitiram a concorrer em nenhum tipo de cota durante as tentativas de vestibular.
Na quarta série, conheci um outro mundo, uma terra sem lei, onde a diversão das crianças era trocar socos, politicamente correto? kkk era um pisão no meio dos peitos, uma terra chamada Escola Municipal de Extrema.
Não se engane ao ver uma bela escola, que agora, é murada, tem quadra poliesportiva, salas climatizadas...
No meu tempo (1997), tinha um cercado de arame farpado, 9 salas com ventiladores velhos e um campinho de areia com traves feitas de bambu e as tias da merenda não queriam deixar a gente repetir o nescau com bolacha Maria.
Brigas? Muitas brigas, mas, eu mesmo era meio molenga e a única treta que tive foi contra uma menina, tá mas, ela era maior e mais forte que eu, e eu não apenhei (eu não chorei então não apanhei) assim, meu cartel no mundo das brigas de escola depois do extrema ficou 1-0-1 (W-L-D)...
De 1998 a 2001, estudei na Unidade Escolar Professor Pires de Castro, uma escola bacana, para vocês terem ideia, no meu primeiro ano nesta escola um aluno de nome diferente, soltou uma bomba na diretoria, mano uma bomba na diretoria. Daí vocês tiram o quanto era trash essa unidade escolar.
Novamente não se enganem com essa faxada bonita, no meu tempo não tinha isso não e os alunos ainda faziam questão de quebrar o pouco que tinha, engraçado que foi no Pires de Castro (1998) que eu tive meu primeiro contato com o Paint, isso mesmo, Paint, porque nas aulas de informática só ficávamos desenhando no Paint e nada mais, internet haha, só no computador da professora.
Fiz da quinta a oitava série no Pires de Castro, meu cartel em colégios multiplicou-se demasiadamente, principalmente na 6ª série, onde troquei socos várias vezes com um mesmo rival.
Saindo do Pires de Castro então fui para a Escola Técnica Estadual Governador Dirceu Mendes Arcoverde, popularmente conhecida como Colégio da Polícia.
Hoje sim, é um Colégio da Polícia, as gurizadas tudo com fardinha e tals, no meu tempo (2002 a 2004) quando cursei o 1º, 2º e 3º ano do ensino médio, nem janelas no lugar tinha, nos três anos que fiquei na escola nunca peguei uma sala em que os dois ventiladores funcionassem, pois assim que entrei a escola estava desmontada numa reforma, o ano letivo começou então eles pararam a reforma como tava e assim ficou até eu sair de lá.
Depois disso, uma série de fracassos no vestibular, não nego, eu não tinha conhecimento suficiente, estudei a vida toda em escolas de baixo nível, mesmo para a época.
Então comecei a trabalhar, como caixa em uma lan house no turno da noite, com acesso a internet comecei a ler sobre tudo que eu não tinha aprendido na vida escolar, o marido de uma prima minha que trabalha com venda e compra de livros usados em uma feira bem famosa aqui em Teresina-PI, me arrumou alguns livros do ensino médio, que por sinal, não tive nenhum quando realmente estava no ensino médio, pois a escola não sedia e meu pai não comprou nenhum, pois bem, prestei vestibular para matemática na Universidade Federal do Piauí (UFPI) e olha só, passei.
No curso de matemática, eu achava bacana, eu era aquele cara diferentão (estilo de roupa, perfil do restante dos alunos) mas, tirava boas notas, embora um professor lá não me curtisse.
Em 2010, saiu em todos os jornais locais, que o Programa Seriado de Ingresso a Universidade (PSIU) iria acabar, e a UFPI iria então adotar apenas o ENEM como prova, era mais ou menos agosto isso, então eu assistindo uma aula do dito professor, eu vendo essa notícia no celular, do nada levantei e perguntei para ele quando era o período de trancamento, pois eu iria trancar e fazer vestibular de novo, pois ele era o coordenador do curso na época, ele me olhou com cara de deboche e me disse o dia.
Então em setembro, comecei os estudos para os quatro dias de prova que seriam no meio do mês de dezembro de 2010.
Muitas noites viradas, muitos livrinhos de exercícios levados para a lan house que eu trabalhava.
Enfim depois de quatro dias incessantes terminei a prova específica e a redação, e fiquei no aguardo do resultado que seria em janeiro, nessa época eu já tinha saído da Lan House (o dono vendeu a mesma, e o novo dono me esbrugou junto aos outros caixas de outros turnos) e estava trabalhando em uma gráfica rápida, sendo o digitador dos trabalhos alheios.
Fui o último colocado na ampla concorrência, uma besteirinha de nada e eu não passava.
Na época o curso ainda era Engenharia de Agrimensura, e em agosto de 2011 tive meu "primeiro início" no mesmo.
Em setembro deste ano, sofri um acidente de moto quando me deslocava para a universidade, um acidente muito grave que fez eu perder o período e quase faz eu perder minha vaga.
Mas, consegui um trancamento especial, então comecei do zero no ano de 2012, mais precisamente no período 2012.1.
Em 2013 o curso mudou de nome e de currículo, passou a ser Engenharia Cartográfica e de Agrimensura, mas, em questão de estudo não mudou nada, sempre fui muito dedicado, e devido as minhas notas, conhecimentos adquiridos as pessoas duvidavam que eu realmente era oriundo de escola pública.
No dia 17 de janeiro de 2017, apresentei meu TCC, tirei uma notinha bem destoante com relação as minhas médias, mas, o que interessa é: Passei!!
Então começaram as solenidades de formatura.
Por fim no dia 17 de março de 2017, tive a minha colação de grau.
E hoje na data desta postagem, estou arrumando a documentação para dar entrada na carteira do CREA, embora minha intensão seja repassar meu conhecimento para gerações futuras, esse ano tenho que arrumar algum "trampo" na área, já que na minha primeira tentativa de seleção de mestrado, não passei por pouco, mas, irei tentar novamente, esse ano de 2017.
E assim foi de forma resumida minha história acadêmica dos primórdios aos dias de hoje, espero que tenham gostado da leitura. Fiz esse textão digno de Facebook, pelo fato de ver muita gente reclamando que não tiveram oportunidade, ou culpam os outros por isso ou aquilo, tenho plena consciência que nem todo mundo consegue essa façanha que consegui ou tenham as mesma oportunidades que tive, mas, nunca na minha vida, mesmo fracassando várias vezes, joguei a culpa para A ou B, sempre me culpei, sempre me dediquei e me superei. Abraço a todos.
Muito bom partilhar os bons momentos e é muito inspirador para nós que ainda estamos na luta
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